uberizacao

O processo de “uberização” da sociedade é um caminho sem volta e está afetando vários mercados tidos como tradicionais, conforme o consultor Carlos Nepomuceno, que estará em Florianópolis na próxima quinta-feira (21/09/17) para palestra “Mercado Imobiliário 3.0”, durante reunião da Câmara Empresarial do Mercado Imobiliário da Fecomércio SC, na sede da entidade.

Nepomuceno é jornalista, pesquisador, professor, escritor e consultor especializado em inovação 3.0 em diversas organizações e empresas no Brasil, como BNDES, Vale, Natura, Petrobrás e Prefeitura do Rio. O termo “uberização” refere-se aos modelos de negócios como a Uber, que trazem uma nova visão de gestão corporativa, diluem a distância entre fornecedor e consumidor, e estabelecem diferentes relações de trabalho. Neste novo formato de organização, transparência e tecnologia são ingredientes-chave.

Quem trabalha no setor imobiliário já começou a perceber as transformações no comportamento de consumo. “Essas mudanças também são tendência no setor imobiliário, com financiamento de imóveis através de crowfunding, fundo de microinvestidores, criação de bairros-cidades, processos e formas de comercialização de imóveis mais diretos, sem intermediários ou por meio de plataforma, e automação dos imóveis, com uso de aplicativos para controle das funcionalidades”, afirma Nepomuceno.

O presidente da Câmara Empresarial do Mercado Imobiliário da Fecomércio SC e anfitrião do evento, Marcelo Brognoli, endossa o discurso do consultor: "O mercado imobiliário, como um dos mais relevantes da cadeia produtiva, já sente efeitos práticos dessas mudanças. Diante das importantes transformações que vem ocorrendo no mundo, em todas as áreas de atividades humanas, é de grande importância as difíceis reflexões que Nepomuceno nos apresenta”.

Mudanças complexas
Entre as macrotendências está o compartilhamento, desapego e o cliente ativo, a exemplo do Airbnb –formato de hospedagem em imóveis particulares inimaginável uma década atrás –, e do TripAdvisor,  site de viagens que permitem aos consumidores avaliação  dos serviços, funcionando como um “medidor de qualidade”, à frente das tradicionais estrelas. Conforme o palestrante, esta evolução é bastante complexa – envolve questões conjunturais como a explosão populacional e descentralização dos canais de produção e comunicação – e a aculturação dessa nova lógica econômica pode ser lenta em alguns setores.

Segundo o palestrante, o mercado ainda não tem dimensão da complexidade das mudanças que estão presenciando e defende que só será competitivo no mundo digital quem passará pela “seleção natural” e implementar modelo de organização mais atuais, menos corporativos e piramidais.

Fonte: Fecomércio SC